segunda-feira, 24 de janeiro de 2005
Sobre História e Historiadores
Atualmente, poucas coisas me chateiam e irritam mais do que a postura arrogante e letárgica dos historiadores. Alheios à importância do conhecimento histórico para a solução dos problemas sociais, preferem passar o dia admirando o próprio umbigo ou dedicar anos de suas vidas a desvendar uma picuinha historiográfica qualquer. Estão quase sempre tentando encontrar uma maneira inovadora de dizer o já dito. São especialistas em chover no molhado. História não é simples escrita criativa. História é atitude, seriedade, compromisso social, ação política e, acima de tudo, postura crítica. De que vale a interpretação de fatos se não pudermos criticar? De que vale conhecer o passado se não fizermos relações com o presente? A imparcialidade de julgamento talvez seja a maior virtude do historiador dos dias de hoje, no entanto, a apatia intelectual, indubitavelmente, é o seu maior defeito. A História precisa deixar de ser apenas diversão de curiosos e deleite de intelectuais. Além de escrever, precisamos agir, lutar, criticar, arrancar pedaços, ir até o osso, morder, mastigar e depois cuspir.
Um comentário:
Odeio pessoas que me perguntam com desprezo…. “Qual a utilidade de se estudar a História?”...., como se fosse obvio sua inutilidade! Para compreender o presente e orientar nossas ações, é o que respondo; mas alguns ainda insistem em dizer que é puro entretenimento, cultura geral ou prazer estético com a apresentação de algo exótico. E o que dizer dos “acadêmicos”? Vaidosos de seus títulos. Fico pensando se o boom editorial das revistas de história está servindo para vangloria acadêmica, divulgação de entretenimento ou um diálogo com o presente?
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