sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Dinheiro Queimado

“Um homem custa a morrer e a morte é mais suja do que se pode imaginar: pedaços de carne e ossos quebrados e o sangue que mancha a calçada e os gemidos horríveis dos moribundos.”





Polícia, dinheiro, sexo, drogas, corrupção, sangue, resistência, metralhadoras e muita munição. Esse Romance de Ricardo Piglia, publicado originalmente na Argentina, em 1997, com o título de “Plata Quemada”, é imperdível para os admiradores da literatura latino-americana contemporânea. Baseado em fatos reais, não se trata de literatura policial tradicional, passa longe daquela fórmula velha e batida (um crime quase perfeito – vários suspeitos – uma revelação quase surpreendente – um leitor quase satisfeito). É simplesmente literatura. E da boa! A narrativa remonta ao ano de 1965, quando numa ação extraordinária, o carro que transportava valores de um banco para a prefeitura de Buenos Aires foi assaltado por um grupo de criminosos envolvidos com políticos e policiais corruptos. Após a fuga atribulada, que incluiu perseguição policial e troca de tiros, a quadrilha se viu encurralada em um apartamento na cidade de Montevideo, Capital do Uruguai. Por meio de fragmentos da vida dos personagens, Piglia nos proporciona um passeio angustiante pelas profundezas da mente criminosa. O livro é uma viagem ao mundo do crime e um encontro direto com a violência e a crueldade humana.

Um comentário:

Rafael Galvão disse...

Vi o filme, bem interessante. Aliás, é uma pena que 0 cinema argentino seja tao pouco conhecido por aqui.